sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Egito: A Batalha do Nilo

A tremenda batalha campal enfrentada pela população egípcia. Que ninguém pense que foi uma festa da  democracia. Foi uma verdadeira batalha campal contra os esbirros de Mubarak e Suleiman. A luta ainda não terminou... Ainda terão que lutar contra os MILICANALHAS de lá...


Enviado pelo pessoal da Vila Vudu

2 comentários:

  1. Vejam em http://www.youtube.com/watch?v=NCCilgwfRO8&feature=player_embedded, o pessoal que trabalha com o Wael Ghonin, fazendo a mó festa no escritório (pelo Twitter

    Acho que a parte melhor nem é a renúncia de Mubarak, porque, de fato, as coisas estão bem perto do que Mubarak disse ontem: 'transfiro poder' (ao Suleiman, ontem); como hoje se vê, transferiu poder (e nem se sabe quais poderes) a uma ala do exército, justamente, a mais CIA-EUA-mubarakista. O fato de Mubarak não ter deixado o Egito é mau sinal. É sinal que se sente seguro e protegido pelo exército ou parte dele.

    A parte melhor do que aconteceu é aquela multidão ter feito o que disse que faria -- isso, sim, é coisa pra comemorar.

    Porque se afirma uma potência da rua -- que é outra rua, hoje, diferente da rua que a rua era ontem. Isso, sim, é novidade. O resto,é mais do mesmo.

    Falta saber, por exemplo, se o exército está rachado e o quanto está rachado -- e pode ser que nem esteja assim tão rachado, no que tenha a ver com os palestinos versus Israel, por exemplo. Se sempre foi o exército que recebeu a ajuda-suborno dos EUA, para manter ali um escudo de proteção de Israel, e continua a ser o exército... pode ter acontecido apenas de os EUA terem dado jeito de salvar dedos e anéis e tudo.

    Vamos ver se a tal 'juventude' -- até o Ban Ki-Moon falou 'dos jovens egípcios', meu saco! -- passará, das reivindicações econômico-emocionais, para coisa mais consistente.

    Tenho alguma (pouca) esperança naquele gerente de marketing da Google. É impossível que ele não saiba que se a Google fosse gerida pela Junta que vai gerir o Egito, já teria dado côs burros n'água. Por outro lado... e se o cara for uma variante Google-egípcia do, digamos, Instituto Milênio?! Mesmo nesse caso, será variante interessante, porque NENHUM membro do Instituto Milênio e da Juventude Empreendedora do PSDB-DEM jamais passou 12 dias em prisão da ditadura, de olhos vendados, com medo de morrer.

    Nessinstantinho, o rapaz (Wael Ghonin) escreveu no Twitter: "A call to all well-educated Egyptians around the world. Come back ASAP to build our nation. #Jan25about 1 hour ago via web' (está em http://twitter.com/Ghonim/)

    E ele tb retuitou: "The age of the top 5 officials in Egypt sums up to 460 Years. Muhamed Hafez #Jan25 about 2 hours ago via Twitter for BlackBerry® " (aí, já achei besteira).

    O moço apresenta-se, no Twitter, como "Constantly Changing, Serious Joker, Internet Addict, Love challenging status quo!" -- coisa de 'jovem', como se vê.

    O Egito está TOTALMENTE quebrado. NINGUÉM inventará zilhões de empregos amanhã de manhã, nem que tivesse atrás de si exércitos de anjos onipotentes. Fico assistindo às cenas da Al-Jazeera, todo mundo festejando, e me dá uma puta pena.

    Comentário enviado pelo pessoal da Vila Vudu e postado por Castor Filho

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  2. Um golpe desfechado pelo Alto Conselho Militar, chefiado pelo General Mohâmede Hussêin Tantáui, Ministro da Defesa, alijou, enfim, o ditador Hósni Mubárake do poder. O policiesco Ômar Sulêiman, designado Vice-Presidente nos últimos dias, anunciou a decisão. Mas todos sabemos que foi uma vitória do Povo Egípcio, que, por 18 dias, demonstrou ao país, ao mundo árabe e à comunidade internacional que não mais era possível a sobrevivência de um regime por três décadas promotor de torturas e mortes e peculatos bilionários de toda ordem. Independentemente dessas práticas criminosas, a ditadura favoreceu os interesses dos vetores ocidentais no Oriente Médio, em conivência com os agrupamentos mais reacionários de Israel.

    É de esperar-se que o Povo Egípcio não permita o domínio militar absoluto do mais importante país árabe e conduza os camaradas de Tantáui à aceitação de um inédito regime democrático no Cairo, em Alexandria, Suez, Ismaïlia, Assuan e em toda parte do Egito. A Revolução de 1952 trouxe militares à ribalta, chefiados pelo General Mohâmede Náguibe, logo substituído pelo artífice do movimento, Coronel Gãmal Ábdel Násser, que acenderá as esperanças de liberdade e desenvolvimento de todos os povos árabes. Contudo, os vetores ocidentais, em plena Guerra Fria, atrapalharam a execução do grande projeto pan-arabista do maior líder árabe, desde o início da secular colonização otomana, seguida pelas potências europeias, França e Grã-Bretanha à frente.

    Quando F.D. Roosevelt encontrou-se com Winston Churchill no Cairo (1943), recebendo o Rei Ibn Saude, o generalíssimo Tchiang Kai-cheque, a sorte do mundo árabe recaiu nas mãos dos EUA, que inauguraram nova forma de colonização (à distância). O jovem Násser descobriu isso antes de tomar o poder, preconizando a libertação árabe e o que será batizado como não-alinhamento, este a ser consagrado em Bandungue (1955).

    Mas o Império utilizaria Israel para destruir esses planos, nos conflitos de 1956, 1967 e 1973. Assim mesmo, ao falecer em 1970, Násser era cercado de simpatia da sua gente e de todos os árabes. Seu sucessor, Ânuar el-Sádate, ao assinar a paz em separado com Israel (1979), selou seu trágico destino, morrendo metralhado durante um desfile militar (1981). Em 1975, Sádate nomeara Vice-Presidente o Comandante da Força Aérea, um medíocre, mas muito esperto e matreiro, militar que lhe sucederia ao morrer, a partir de então como Presidente da República. Em suas três décadas no poder, Mubárake amealhou para si, seus parentes e seus cupinchas riqueza incomensurável, algo em torno de US$ 40 bilhões, talvez mais. Tendo resignado na tarde de ontem, retirou-se para seu palacete residencial em Charm el-Xeque, no Sinai. Merece outro destino que não o de refugiado em seu próprio país.

    Viva o Povo Egípcio! Que consiga sua libertação total, inch'Állah! Condolências às famílias e companheira(o)s das vítimas do movimento de dezoito dias. São mártires dessa inédita Revolução das nações árabes e de todos os países menos aquinhoados.

    Comentário do leitor ArnaC enviado por e-mail e postado por Castor Filho

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