domingo, 18 de dezembro de 2011

Augusto Nunes & FHC. // FM


A despeito de sua até fisiognômica antipatia por quaisquer manifestações "de esquerda", não se pode negar a Augusto Nunes o domínio de estilo da mais fina ironia e a tarimba nas coisas da política pátria. E sua matéria, nessa mesma revista, sobre a renúncia de Jânio Quadros é de moldura!

Ele deve saber que não temos blasés nem ratés no "emborná" onde coloca toda aquela massa de brasileiros que enumera até com certa maldade, em sua matéria sobre FHC ( VEJA n. 50, 14-12-11): penso que faz parte da indolência do brasileiro ( genética?! De fatores antropológicos, kreschmer-caracteriológicos?), que Sérgio Buarque eufemisou na cobra-cega da cordialidade.

Para esse aglomerado social esteve tudo "mais ou menos" após o governo Getúlio Vargas e, entre mortos e feridos, salvaram-se todos...
Mas, afirmar "(...) porque tantos brasileiros se dobraram sem perguntas a populistas sedutores , ou foram dobrados sem resistência por autoritários fardados"( grifo acrescentado) é ignorar o heroismo da clandestinidade, dos que tiveram consciência do futuro que poderia advir. Clandestinidade cujo palco onde verdadeiras imolações só se podem avaliar hoje por um videogame simulado, desses inconcebíveis senão por jogadores infantis.

Época em que talvez o autor do artigo estivesse cobrindo jornalisticamente paradas de 7 de setembro... para um bico, até inocente, do ganha-pão?...


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