terça-feira, 13 de dezembro de 2011

“A Privataria Tucana”: vídeo-entrevista sobre a reportagem da década


Em entrevista transmitida ao vivo pela internet na noite de sexta-feira (9), o jornalista Amaury Ribeiro Jr deu detalhes de algumas das operações financeiras fraudulentas que descreve em seu livro, A Privataria tucana. As respostas não pouparam os tucanos, a imprensa e até o PT. O autor foi entrevistado, por cerca de três horas, pelos jornalistas Renato Rovai, Rodrigo Vianna, Luis Nassif, Luiz Carlos Azenha, Gilberto Maringoni, Conceição Lemes, Altamiro Borges e outros. Vale ver até o fim.


A obra trata de desvios de recursos durante as privatizações de empresas públicas no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Sobre o episódio em que foi acusado de montar dossiês contra lideranças do PSDB durante a eleição de 2010, o jornalista reiterou a versão apresentada à época, de que houve “fogo amigo” dentro do próprio PT.

Para o autor, as privatizações do período tucano tiveram um único propósito:

“Foi para algumas pessoas enriquecerem, acumular fortuna pessoal. Não teve nada a ver com progresso, bem do país, nada disso”.

Segundo ele, José Serra, ex-governador de São Paulo e candidato derrotado à Presidência da República em 2002 e 2010, foi um dos principais beneficiários das “maracutaias” financeiras da venda de estatais.

O teor do livro reforça sua convicção.

“Mais da metade do livro é documento, não é texto (opinativo). E são documentos disponíveis para consulta aberta, não tem nada conseguido com sigilo, estão na Polícia Federal”.


O jornalista disparou diversas críticas à imprensa que, segundo suas investigações, mantém laços financeiros com grupos econômicos e políticos.

“O (banqueiro) Daniel Dantas é sócio da Abril, manda na Veja”.

Também avaliou o papel que setores da mídia desempenharam na campanha presidencial de 2010 – “A imprensa foi canalha com a Dilma”.

Para Ribeiro Júnior, o despreparo de grande parte dos jornalistas do país contribui para que esquemas de lavagem de dinheiro passem praticamente despercebidos do grande público.

“Não é fácil seguir o caminho do dinheiro. As leis dos países facilitam a existência de paraísos fiscais e de empresas offshore. O público só se interessa quando aparece dinheiro em cofre, dentro de meias ou de cuecas. Mas isso é insignificante perto do que essa gente do poder faz”.

O jornalista disse esperar que seu livro contribua para que sejam criados mecanismos para regular o mercado financeiro mundial.

“Tem que acabar com parcerias de empresas brasileiras com entidades offshore, operações casadas em bolsa de valores, poder abrir empresas em paraísos fiscais e operar em outros países. Enquanto isso não acontecer, o crime organizado vai sempre nos vencer”.

Fogo amigo

Ribeiro Júnior reiterou a versão apresentada durante a campanha eleitoral de 2010 de que foi vítima de uma disputa interna no PT quando foi acusado de ter forjado dossiês contra lideranças do PSDB. À época, circularam declarações de imposto de renda de tucanos que teriam envolvido quebra de sigilo junto à Receita Federal.

O jornalista atribuiu ao deputado estadual Rui Falcão (PT), atualmente presidente do PT, que disputava espaço dentro da campanha com Fernando Pimentel, hoje ministro do governo Dilma, a origem da acusação. Em abril deste ano, Rui Falcão chegou a ingressar na Justiça com queixa-crime contra Amaury Ribeiro Júnior.

Fonte: Rede Brasil e o canal de HervalJ do YouTube.
Publicado pelo Vermelho em 11 de dezembro de 2011

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