segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Comercial da Chrysler, com Clint Eastwood vira discussão política


Interessantíssimo: comercial da Chrysler, com Clint Eastwood, exibido ontem nos EUA, no intervalo do Super Bowl vira tema de discussão política [1]


6/2/2012, Ted Johnson, Variety (é vídeo)
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

No canal Fox News, hoje, Karl Rove acusou a Casa Branca de “usar dinheiro dos contribuintes para comprar espaço de propaganda política”. 

É provavelmente a melhor prova de que o spot de publicidade da Chrysler, exibido ontem (5/2/12) no intervalo do Super Bowl – “Estamos na metade do jogo nos EUA” [orig. It's Halftime in America] – está sendo visto como propaganda política, apesar de todos os protestos da empresa. De modo geral, há protestos quando os spots de publicidade tentam vender um ou outro candidato, como os fabricantes de carros vendem seus carros. Dessa vez, é diferente.

“O spot não tem qualquer traço de campanha publicitária a favor de candidatos”, disse Sergio Marchionne, diretor da Chrysler, em entrevista pelo rádio hoje pela manhã. “Temos de ter cuidado, sabe-se lá, quero dizer... Não posso impedir que alguém se identifique ou se associe a uma mensagem. Mas não tivemos intenção de fazer qualquer tipo de spot com conteúdo político. Não conheço ninguém mais apolítico que nossa empresa.” 

Ano passado, a Chrysler distribuiu um spot publicitário de tom patriótico, estrelado por Eminem, que chamou a atenção para o slogan “Importado de Detroit”.

A Casa Branca também negou que tenha qualquer relação com o spot publicitário, que repete um dos temas de campanha do presidente Obama (ao “resgatar” empresas fabricantes de automóveis, como a GM e a Chrysler, seu governo ajudou a salvar uma base industrial vitalmente importante. É um dos argumentos que opõem hoje Obama, de um lado, e Mitt Romney, dos Republicanos (por enquanto), de outro lado. Romney tem-se manifestado contrário ao “resgate” de empresas, pelo governo Obama.

Por mais que o governo Obama repita que o spot foi iniciativa e ideia da Chrysler e só dela, Dan Pfeiffer, diretor de comunicações da Casa Branca, tuitou ontem: “Salvar a indústria automobilística dos EUA: eis um ponto em que até Eminem e Clint Eastwood concordam”.



Nota dos tradutores
[1] No vídeo a seguir, pode-se ver o spot, anúncio da Chysler “Imported from Detroit”/ “It’s half time in America”, com voz e imagem de Clint Eastwood, que foi distribuído para divulgação, antes do jogo.
Aí, Clint Eastwood diz “vai começar o segundo tempo do jogo”, mas não diz a frase final, que só apareceu no spot exibido no intervalo do jogo de ontem, depois do show de Madona.
Ali, Clint Eastwood, o rosto maduro em big close up (que fazia lembrar os maravilhosos cartazes de Norman Rockwell de 1943, p. ex. “Freedom of Speech”, olhos no olho da câmera, diz: “Voltei ao jogo”. Realmente impressionante!


Um comentário:

  1. (comentário enviado por e-mail e postado por Castor)

    "Resgate", no sentido de salvar, recolher, é uma dessas incursões horrorosas do ingles ianque (rescue) com vocábulos de origem latina, como o "questionar", no sentido de discordar ou opor-se a. Mas nada mais alienado-alienante que mídia, algo do início dos anos-70 entre nós, com o primeiro i acentuado: verdadeiro atentado à nossa língua, incorpora a prosódia gringa do termo latino media , do gênero neutro, que nem os gajos de lá ousariam grafar como "meediya"...Há inúmeros outros exemplos. Coisa ruim se espalha!

    Abraços do
    ArnaC

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