segunda-feira, 4 de junho de 2012

Amanhã, 5/6/2012, Assange entrevista: “Cypherpunks”, última fronteira de resistência antes da vigilância total


4/6/2012, “The World Tomorrow”, Russia Today, 8º Programa (que irá ao ar amanhã)

Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu


Jeremie Zimmermann e Julian Assange

Está em curso uma furiosa guerra invisível. Todos os dias surgem novas tecnologias cada vez mais refinadas para recolher dados privados dos netcidadãos – e o que, hoje, significa(ria) a privacidade? Julian Assange pergunta aos ciberpunks seus convidados: o futuro do mundo está ligado à Internet?

Fundador de WikiLeaks, Julian Assange volta a fazer contato com o movimento Cypherpunks, para discutir o campo invisível onde se trava a guerra invisível – a internet: as ciberguerras já não são fantasia paranóica; a vida de todos gira em torno de bens vendidos nos mercados. Por que um problema matemático não é apenas um problema matemático, quando se trata de dados privados e o melhor antídoto é a narrativa política?

“Uma furiosa guerra invisível” já não é apenas metáfora, como você descobrirá, mais dia menos dia, e essa é batalha que se disputa no quintal de casa.

Cypherpunks é movimento que se originou da e-lista “Cypherpunks’ Electronic Mailing List”, criada por ativistas para melhorar as condições de privacidade e de segurança (dos cidadãos) na internet, mediante o uso proativo da criptografia. É movimento ativo desde os anos 1980s.  WikiLeaks é um dos muitos projetos que brotaram da lista Cypherpunks.

Jacob Appelbaum

“Hoje expomos nossa vida pessoal no Facebook. Nos comunicamos por Internet ou telefones celulares, que estão, todos, conectados à Internet. E as agências militares ou de inteligência controlam todos esses dados e os estão examinando. Houve, de fato, uma militarização da vida civil” – diz Jacob Appelbaum, conhecido defensor independente das ciberliberdades, que representou WikiLeaks na Hope Conference, em 2010.

As ciberguerras há muito tempo não se travam só entre governos: hoje se disputam meios para coleta em massa de dados privados.

As empresas que administram as chamadas “redes sociais” conhecem muita gente melhor que a mãe de cada um; e conhecem cada um, no mínimo, tão bem quanto cada um se conhece. Os usuários distribuem despreocupadamente todos os tipos de dados pessoais, e as redes sociais vão tocando seu negócio de “apagar a linha que separa privacidade, amizade e publicidade”, diz Jeremie Zimmermann, porta-voz do grupo francês La Quadrature du Net.

Andy Muller-Maguhn 

Manter privados dados privados é o objetivo ao qual se dedica hoje o movimento Cypherpunks. “O problema matemático” criado pela decodificação de criptografia é uma das últimas fechaduras que as agências oficiais de vigilância e controle ainda não conseguiram arrombar.

“Minha ideia é que, com essas forças econômicas e políticas tremendamente fortes e as tecnologias ou eficiências naturais comparáveis ao número de seres humanos, lentamente nos converteremos numa sociedade de vigilância global totalitária. Entendo por “totalitária” a vigilância total. Talvez ainda haja seres vivos livres, e esses últimos seres vivos livres são os que sabem usar a criptografia. A criptografia é a ferramenta que existe para nos defender contra a vigilância total” – diz Assange.

Assista amanhã à 1ª parte do episódio “Cypherpunks” e conheça:

  • Andy Muller-Maguhn, membro do coletivo alemão de hackers  Chaos Computer Club”;
  • Jeremie Zimmermann, um dos cofundadores do grupo francês La Quadrature du Net, que defende a livre circulação do conhecimento na internet; e
  • Jacob Appelbaum, pesquisador independente de segurança de computadores, norte-americano, ativista que atualmente trabalha no projeto Tor, que visa a criar um sistema que assegure o anonimato online.

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