terça-feira, 19 de junho de 2012

Demonstração de força


Os exércitos de Irã, Rússia, China e Síria se reúnem nas próximas semanas para o maior exercício militar conjunto já realizado no Oriente Médio

Baby Siqueira Abrão*
Correspondente no Oriente Médio

E lá vamos nós, mostrar pros xerifes do mundo que ainda podemos chamar o ladrão...


As investidas de Estados Unidos, Israel e OTAN contra a Síria e o Irã parecem ter esgotado a paciência das potências mundiais que estão do “outro lado” no espectro político mundial.

Porta-aviões e lança-mísseis Almirante Kusnetzov
Depois de resistir ao assédio de estadunidenses e israelenses, que defendem ações militares na Síria e no Irã – mais ou menos nos moldes daquelas que a OTAN fez para destruir a Líbia e que ainda custa a vida de milhares de civis – Rússia e China decidiram dar demonstrações de força. E para isso nada melhor do que unir-se a dois dos países que, no Oriente Médio, não se colocam sob as ordens dos Estados Unidos – e que são penalizados por isso, com sanções ao Irã e desestabilização política, social e econômica na Síria, palco de massacres que comovem e revoltam o mundo.

Destróier anti-submarino  e lança-mísseis russo Sovremenny
Se as potências ocidentais tomarem a Síria e o Irã, China e Rússia sabem que serão os próximos alvos. Ao menos é esse o roteiro traçado pelos serviços secretos de EUA e Israel muito antes da chamada Guerra ao Terror, cujo lançamento oficial aconteceu dias depois da queda das torres gêmeas e da torre 7 do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001. E ao menos é essa a informação repassada por ex-funcionários graduados da CIA e analistas políticos com acesso a fontes importantes dentro das agências de inteligência do Ocidente.

Porta-aviões passando
pelo Canal de Suez
Os exercícios militares (wargames) dos quatro países orientais acontecerão na costa e em território sírio. Serão 90 mil soldados entre pessoal de mar, ar e terra, além de unidades de defesa aérea e de lançamento de mísseis, de acordo com a agência iraniana de notícias FarsNews.

O Egito dará apoio estratégico permitindo a passagem de 12 navios de guerra chineses pelo Canal de Suez, que devem aportar na Síria em duas semanas.

Na mesma data chegarão ao país árabe navios de guerra, submarinos atômicos e destroyers russos, além de navios e submarinos iranianos.

Um número estimado em mil tanques e 400 aviões também participará dos exercícios.

Se eles fizerem o governo israelense tremer, já estará de bom tamanho. Quem sabe assim o primeiro ministro Benjamin Netanyhau, seu gabinete e os parlamentares de direita parem de insistir no ataque ao Irã e resolvam deter também a atual investida contra os palestinos. Afinal, tanto eles como Barack Obama e a direita estadunidense saberão que não reinam sozinhos no planeta Terra.



Baby Siqueira Abrão*
Brazilian journalist - Middle East correspondent
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P. O. Box 1028, Ramallah, West Bank

2 comentários:

  1. A agência russa de notícias Interfax publicou hoje, 19 de junho, desmentido sobre a operação militar conjunta entre China, Rússia, Síria e Irã no Oriente Médio. A informação sobre a realização dos exercícios militares foi divulgada ontem, 18 de junho, por agências de notícias do Irã.
    Segundo a Interfax, tanto Anatoly Serdyukov, ministro da Defesa russo, como Bouthaina Shabaan, assessor da presidência síria em visita à Rússia, negaram a operação.
    OK. Mas, como todos sabemos que onde há fumaça há fogo, aguardemos os desdobramentos do caso.

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  2. (Comentário enviado por e-mail e postado por Castor)


    Desde que aquela "repórter", a megassionista Daniella Kresch passou a ocupar-se dos noticiários da Globo sobre o Máchirek, e num péssimo português - olhem só a pretensão! -, e o rapaz em Londres (Losenkkan) insiste em dar suas piruadas, fazendo água em todas as batalhas navais em que se mete sem ser chamado, só nos resta a Baby para nos aprumar. por dexintoxicação. Pena que não esteja eu em Ramállah, para uns papos, ou em Cheikh Járrah, para outros papos à beira de uma mesa em minha casa ou num bom restaurante com peixes da Galiléia, já que os iekkes e druzos ocupantes não nos permitem degustar em paz e com gosto aquelas finas iguarias que eles nem saben preparar. Gente do Báltico e do Vístula é assim mesmo: desconhecem o Mediterrâneo completamente,

    Abraços do
    ArnaC,

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