domingo, 24 de junho de 2012

Fraternidade Muçulmana: “Todos os poderes constitucionais ao presidente eleito e volta do exército à caserna”


24/6/2012, Sherif Tarek, Al-Ahram Online, Cairo
Traduzido pelo Coletivo de Tradutores da Vila Vudu


O principal discurso do dia, na Praça Tahrir foi o de Mohamed El-Beltagi, principal dirigente da Fraternidade Muçulmana, imediatamente depois de declarada a vitória de Mursi, nas eleições. Exigiu a reabertura do Parlamento, o cancelamento do “adendo” que o Conselho Superior das Forças Armadas “acrescentou” à Constituição e a volta do exército à caserna.

O discurso foi aclamado pela multidão que ocupava completamente a icônica Praça Tahrir.

Nossa mensagem ao Conselho Militar é que volte a cuidar de assuntos militares; Nursi é o comandante da Conselho Supremo das Forças Armadas. No Egito, só há uma autoridade executiva: o presidente eleito – disse El-Beltagi.

E prosseguiu:

O “adendo” que o Conselho Militar “acrescentou” à Constituição é ilegítimo.

“Ilegítimo” – “Ilegítimo” - a multidão repetiu, pelo “microfone do povo”, várias vezes.

Mohamed El-Beltagi
El-Beltagi, que foi membro do Parlamento, disse que a “Assembleia do Povo” (a Câmara Baixa, do Parlamento, recentemente dissolvida por ato do Conselho Supremo das Forças Armadas) tem de se imediatamente restaurada:

Queremos a imediata restauração da Assembleia do Povo. Queremos que Mursi faça o juramento como presidente eleito ante aquela Assembleia.

Não queremos confrontação contra ninguém, não queremos qualquer rompimento na operação das instituições do Estado, mas não deixaremos a Praça Tahrir até completar a nossa revolução.

Não precisamos desse último decreto de autorização dos militares.

Para a maioria dos analistas egípcios, o decreto do Conselho Superior das Forças Armadas, que reduziu os poderes do presidente e retirou sua competência como comandante das Forças Armadas, significa, na prática, a volta ao estado e as leis de exceção do período Mubarak.

Assista a seguir vídeo da Al-Ahram, com legendas em inglês, da manifestação imediatamente anterior ao discurso de El-Beltagi na Praça Tahrir hoje (24/6/2012).

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