quinta-feira, 25 de outubro de 2012

EUA, eleições 2012: Nas TVs comerciais, o jornalismo já naufragou em dinheiro!


24/10/2012, Jack Mirkinson,The Huffington Post
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Entreouvido na Vila Vudu: Sorte dos EUA, que, lá, ainda haja jornais que noticiam O QUE AÍ SE LÊ. No Brasil é MUITO PIOR.
No Brasil, o Partido da Imprensa Golpista (PIG) age SEMPRE como uma espécie de Super Comitê de Ação Política Midiática (SCAPoM) absolutamente golpista.
Todos os veículos do Grupo GAFE (Globo-Abril-FSP-Estadinho) operam como quadrilha mafiosa golpista.
No Brasil, no caso de os anúncios pagos não mentirem suficientemente, também o “jornalismo”, os “jornalistas” e todas as redes comerciais (em SP, também a TV estatal!) são postos a serviço de um dos candidatos e autorizados a mentir desbragadamente, também nos noticiários!
Dado que, no Brasil, toda a quadrilha “midiática” age do mesmo modo, todos se protegem... e nenhum veículo quadrilheiro dá sinal de qualquer incômodo.
Que fique aí, pelo menos, o alerta: o que é bom para a mídia norte-americana é bom para a mídia brasileira. Por aqui, muito provavelmente, a grana já está se organizando HOJE, para as próximas eleições.
De jornalismo de democratização, é claro, por aqui, nenhuma rede comercial de televisão jamais cogitou. E todas continuam a beneficiar-se, para esse trabalho sujo de desdemocratização do Brasil, impunemente, de concessões que o Estado brasileiro assegura a todas elas. Até quando?!

As empresas de TV nos EUA jamais viram nada semelhante à enchente de anúncios de campanhas eleitorais que as está afogando na campanha eleitoral de 2012. São tantos anúncios, e aportam tal quantidade de dinheiro, que as redes locais têm tomado decisões sem precedentes para lidar com a situação.

O Twitter explodiu na 4ª-feira, em torno de matéria publicada no Washington Post  [1] sobre o que o influxo de anúncios pagos está fazendo às empresas de TV que operam em Washington. Um dos canais retirou do ar episódios de “The Simpsons”, substituindo-os por edição expandida de noticiários – exclusivamente para conseguir pôr no ar a maior quantidade possível dos super lucrativos spots das campanhas eleitorais. A receita que chega da venda de tempo para anúncios dos candidatos sextuplicou, em relação a 2008.

Não é difícil ver por que as redes comerciais estão de ponta-cabeça, para conseguir pôr no ar os anúncios. Se se soma tudo que os comitês eleitorais das campanhas para o Congresso, campanhas locais e os Super PAC [Super Comitês de Ação Política] estão gastando em anúncios eleitorais, vê-se que é estratosférica a quantidade de dinheiro que está entrando nos cofres das redes comerciais de TV. Estima-se que estejam sendo gastos, em todo o país, algo em torno de $3,3 bilhões, só em tempo de televisão para exibição dos spots das campanhas eleitorais. Em Las Vegas, segundo matéria publicada no New York Times [2], as redes estão reduzindo o tempo dos noticiários para exibir spots de propaganda eleitoral – situação que o país jamais viu antes.

As redes, não raras vezes, veem-se envolvidas em situações anômalas, o que não parece perturbar nenhuma delas, desde que o dinheiro não pare de jorrar. Em Roanoke, Virginia, uma rede local já utilizou o “dinheiro novo[3] para reabrir um escritório que havia sido extinto e promoveu inúmeras outras mudanças para conseguir mais tempo para mais anúncios de propaganda eleitoral. 

Mas as editorias de notícias estão postas na estranha situação de ver as redes reproduzirem anúncios de campanha em que se repetem, infinitamente, declarações e frases que os próprios noticiários desmentem, em alguns casos completamente [4], sem que, por isso, os spots de propaganda deixem de repetir e repetir, bem feitas as contas, em vários casos, exclusivamente mentiras, 24 horas por dia. Já se ouvem críticas indignadas a esse procedimento. [5]

Mesmo no caso de spots de propaganda de candidatos cujas falas já tenham sido exaustivamente desmentidas pelas editorias de notícias, os anúncios continuam no ar.

Assim se gera a real possibilidade de um consumidor que paga para receber notícias de um ou outro canal pago, ouvir jornalistas que dizem que o anúncio anuncia mentiras e, em seguida, repetidas incansavelmente, as mesmas mentiras. Para piorar, as empresas de televisão só em casos raríssimos recusam-se a por no ar algum spot de propaganda eleitoral, por mentiroso que seja. Matéria do blog Free Press estima que, para cada minuto de serviço jornalístico, as redes comerciais estejam exibindo 162 minutos de material pago.

Aos residentes nos estados indecisos, resta o consolo de saber que, domingo, 7/11, tudo isso será passado [até as próximas eleições].



Notas de rodapé
[1]  22/10/2012, Washington Post, Paul Farhi em: Dilemma for D.C. stations: So many political ads, so little airtime
[2]  15/10/2012, New York Times, Jeremy W.Peters em: 73,000 Political Ads Test Even a City of Excess
[3]  19/10/2012, Columbia Journalism Review, Tharon Giddens em: Awash in ads in Roanoke

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