quinta-feira, 31 de julho de 2014

Discurso do Aiatolá Sayed Ali Khamenei, Guia Supremo da República Islâmica do Irã: SOBRE GAZA

Aiatolá Ali Khamenei - SOBRE GAZA


29/7/2014, Solenidade de Aïd-el-Fitr − Fim do Ramadã (excerto sobre Gaza)
Íntegra do discurso em inglês em: Supreme Leader's Sermons at Eid ul-Fitr Prayers
Transcrição, tradução e legendas para francês por Sayed Hasan
Traduzido para português pelo pessoal da Vila Vudu



Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso.

Glória a Deus, Senhor dos Mundos, e que a paz paire sobre nosso Mestre e Profeta, Abu-al Qasem al-Mostafa (pai de Qasim e o Eleito) Maomé, e sobre sua imaculada família, pura e escolhida, e sobre o que está presente sobre a Terra (o Imã Al-Mahdi). E saudamos também o Comandante dos Crentes (Imã Ali b. Abi Talib), a Verdadeira e Pura (Fatima al-Zahra) – senhora das Senhoras dos Mundos –, e que a paz paire sobre Hassan e Hussein – filhos da Misericórdia – e sobre os Imãs da Orientação e Guia –Ali b. Hussein, Muhammad b. Ali, Ja'far b. Muhammad, Musa b. Ja'far, Ali b. Musa, Muhammad b. Ali, Ali b. Muhammad, Hasan b. Ali e o Argumento de Deus sobre a Terra (o Imã ocultado, Al-Mahdi Al-Montadhar – o Esperado).

Recomendo aos amados irmãos e irmãs, a todo o povo do Irã e também a mim mesmo, a piedade e o temor a Deus. Essa piedade é fonte de influência benéfica em todos os domínios, inclusive nos julgamentos, tomadas de decisão e ações em todas as grandes questões sociais e internacionais, assim como nas questões relacionadas ao Islã e à humanidade.

Hoje, a principal questão do mundo islâmico é a questão de Gaza. E talvez se possa dizer que Gaza é a principal questão hoje do mundo e da humanidade.

Um cão hidrófobo, um lobo selvagem atracou-se à carne de seres humanos inocentes e oprimidos. Quem seria mais inocente e mais oprimido que essas crianças que morrem nos ataques a Gaza? Quem seria mais inocente e mais oprimido que aquelas mães que têm os filhos nos braços num instante e, no outro, os veem morrer, sentem seus últimos estertores no colo delas, sob os olhos delas?

Hoje, o regime sionista usurpador e incréu comete tais crimes, crimes odiosos, ante os olhos do mundo e de toda a humanidade. Por isso a humanidade tem de reagir.

Há três pontos a destacar sobre a questão de Gaza:

O primeiro é que o que hoje fazem os dirigentes sionistas é genocídio. Uma imensa tragédia histórica. Os que perpetram esses crimes e os que os apoiam têm de ser julgados no plano internacional e têm de ser punidos.

O castigo deles deve ser o que decidirem e exigirem os representantes dos povos, os justos e os que têm consciência, em todo o mundo.

Nem todo o correr do tempo lhes permitirá escapar ao castigo. É indispensável que sejam punidos. E isso enquanto ainda estão no poder e depois de já estarem descartados e derrubados do poder. Ao mesmo tempo também devem ser castigados os responsáveis por esse massacre e os que os apoiam abertamente – os mesmos que vocês veem e ouvem na ‘mídia’ – todos esses têm de ser punidos. Esse é o primeiro ponto.

O segundo ponto é que é preciso ver o quanto é grande a resistência e a capacidade para resistir de um povo que defende o próprio direito. É um povo cercado por todos os lados, que vive num pequeno território limitado e isolado. O mar os cerca, a terra os cerca, todas as fronteiras lhes estão fechadas. Nada garante que terão água para matar a sede, que terão eletricidade, meios de sobrevivência. Todos esses desastres lhes foram infligidos como efeito de ações hostis e ataques que lhes move o inimigo. E ninguém no mundo move-se para vir ao socorro deles.

E esse povo tem de fazer frente a inimigo super armado, vicioso, pervertido e sem piedade como são o regime sionista e seus dirigentes, de baixeza impossível de qualificar, demoníacos, impuros, que batem e destroem sem parar, dia e noite, sem alívio, sem nenhuma contenção. Mas apesar de todos esses crimes, aquele povo resiste. Mantém-se em pé e resiste! Essa é a grande lição! Prestem muita atenção, porque aí está a grande lição.

Aquele povo nos mostra a capacidade de resistir do ser humano – a força e a tenacidade de uma mãe que vê seus filhos mortos diante dela; a força e a tenacidade de uma mãe que vê o marido, o irmão, o pai serem oprimidos. Essa força é muito maior do que podíamos concebê-la.

Deveríamos conhecer, todos nós, nossa força interior. Os seres humanos podem ser fortes e fazem prova de resistência gigante. Esse povo – uma população de cerca de 1,8 milhão de indivíduos – resiste e mantém-se de pé, apesar de viverem numa terra isolada e atacada por todos os lados, numa superfície de 400, 500 quilômetros quadrados. Resistem, apesar de suas casas, suas lojas, seus locais de trabalho terem sido convertidos em alvos do inimigo. Mais que isso, tampouco podem negociar com outros países. E nessa situação, nem por isso os ataques diminuem. Mas eles resistem.

Assim se vê o nível e a capacidade de resistência de um povo. E lhes digo: no final, se Deus quiser e pela graça de Deus, esse povo vencerá o inimigo!

Já hoje o inimigo agressor lamenta a ação que empreendeu, como um cachorro que também é capaz de ver o que fez mal feito. Então endurece, sem saber o que fazer: se retrocede, passa vergonha; se continua, a matança vai-se tornando mais difícil, para ele, dia a dia. 

Por isso vocês veem hoje os EUA, a Europa, todos os criminosos do mundo, que se dão as mãos para impor à força um cessar fogo à população de Gaza, para salvar aquele regime. Mas até hoje nem isso funcionou, nem jamais funcionará. Esse é o segundo ponto.

Em terceiro lugar, os dirigentes políticos da arrogância mundial dizem que têm de desarmar o Hamás e a Jihad islâmica. Mas o que significa desarmar esses grupos? É verdade que têm certa quantidade de foguetes, que lhes permitem, de algum modo, defenderem-se, um mínimo que seja, dos ataques incessantes do inimigo. E dizem que ainda seria o caso de tirar deles esses poucos foguetes?!

Para o inimigo, o ideal seria que a Palestina e Gaza, especialmente, fossem postas em situação tal que, quando os sionistas decidam atacar, não importa onde ou quando, a qualquer momento, os sionistas possam fazer como bem entendam, e os palestinos não tenham nenhum meio para se defenderem! O que desejam é isso!

O presidente dos EUA lançou uma fatwa: “É preciso desarmar a Resistência”. É?! É mesmo?! Claro! Vocês querem a Resistência desarmada para que a Resistência não tenha instrumento algum para fazê-los responder pelos muitos crimes que vocês cometem contra os palestinos.

Pois nossa proposta é exatamente contrária à deles. Nossa proposta é que todo o mundo, e sobretudo, mais que todos os demais, o mundo islâmico, temos o dever de fazer  tudo que esteja ao nosso alcance para fornecer à Palestina a maior quantidade possível de armas.

Oh, meu Deus, vem em ajuda ao Islã e aos muçulmanos, assiste os exércitos dos muçulmanos, humilha os incréus, os opressores e os hipócritas. Que Deus me ilumine e ilumine todos nós.

(O Aiatolá Sayed Khamenei recita a surata do Corão O Culto Puro (n. 112). Que a Paz de Deus esteja sobre vocês, e Sua Misericórdia e Sua Graça.


(Na sequência, o Aiatolá Khamenei dirige a prece do Aïd.).

Um comentário:

  1. Eu e o mundo estamos doentes em ver esse horror praticado . Não são humanos os que armara, essa atrocidade produzida com a contribuição da ciência e de cientistas pós graduados - mercenários filhos de cão.

    Odeio odiar e esta doença está também consumindo as melhores virtudes que tão longamente estávamos a cultivar. Agora, sem o apoio da fé na vida e na grandeza do homem , vamos atolando na insensibilidade pela imposição e banalização do mal ...e nada podemos diante do indescritível sofrimento de famílias e nações inteiras...

    Todo o mundo se arma e quer mais armas para lutar e vencer...vencer o quê?
    Estaríamos provando que nunca deixaremos de ser animalizados?
    O que poderia erradicar essa estúpida mentalidade dos homens?

    Até quando vamos aguentar a sangria da humanidade?

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